venerdì 15 ottobre 2010

Passato

Anteontem, quando acordei, parecia estar com um pouco de febre e sentia minha cabeça um tanto pesada, mas como queria fazer, novamente, uma visita surpresa ao Ludwig, me obriguei a levantar; decidi assistir um pouco de televisão enquanto trocava de roupa, e foi então que um documentário me fez lembrar daquela data. Logo deixei de me arrumar, e após desligar a televisão, voltei  para o meu quarto e  me joguei em minha cama; não queria mais ver o Ludwig.


Tentei procurar algo que pudesse manter minha mente ocupada, mas nada  naquele quarto parecia ser capaz de tal coisa, então vesti uma roupa qualquer e acabei voltando para sala, para ver televisão novamente.
Comecei a passar por vários canais, mas sempre acabava voltando para aquele documentário. Enquanto ouvia os comentários, algumas lembranças vinham em minha mente, e uma sensação de vergonha, de medo, me tomava. Encolhendo-me no sofá, tentava me livrar dessas sensações, afundando o rosto em uma almofada.

 Eu sei que sou uma pessoa sonhadora, mas me falta determinação, coisa que o Ludwig sempre teve, e por este motivo venho o admirando há anos. Naquela época (WWII), eu achava que nada poderia estragar esta admiração que tinha por ele, mas quando me vi perdendo tudo e aqueles que me cercavam cada vez mais abatidos, tive que deixar este sentimento de lado e enxergar a realidade, mesmo contra a minha vontade.

Eu sei, mais uma vez me faltava determinação, mas não existia mais chances. Após o bombardeamento em Roma, no dia 19 de julho, passei a ser um traidor, aceitando passivamente todo aquele plano de mudança, que veio a se tornar um fato em 8 de setembro, mas mesmo que fosse contra e ficasse ao lado do Ludwig, seria visto como um egoísta de qualquer maneira, já que assim não haveria como defender aqueles que fizeram parte, comigo, daquela luta; naquele momento, abri mão de uma amizade, para não ter que ver mais sofrimento. Estava desesperado.
"É o único meio de livrar nosso povo da desgraça! Não estamos brincando, Feliciano!!", lembro que estas foram as palavras do meu irmão. O terror em seu rosto foi uma das coisas que me fizeram enxergar  o grau de dificuldade em que estávamos.


Foi duro presenciar Ludwig lutando por seus objetivos, sem esmorecer, enquanto eu, um fraco, contava com a ajuda daqueles que faziam parte do novo "lado" em que eu estava, e mais tarde ter que encará-lo (13 de outubro), sem trocar uma palavra.
Acho que numa amizade, o silêncio causa uma dor muito maior do que a provocada em uma briga, ter que ver aquele com quem compartilhou tantos momentos, passar ao seu lado, em silêncio, e assim ser deixado para trás, como se fizesse parte do conteúdo de uma página virada.
Só após determinado tempo passado, que fui criar coragem para falar com Ludwig (não conseguia mais ver os dias passando, sem ele ao meu lado), e fiquei muito alegre com o seu perdão, pois acreditava que isso seria impossível, mas agora eu penso se realmente está tudo bem...

Nunca nos encontramos nessa data... O que ele deve pensar? Será que algum sentimento ruim desperta nesse dia? Será que existe rancor, apesar de tudo? Era o que eu pensava, mas acho que até hoje tenho medo de saber a resposta.



 O documentário já tinha acabado, e eu continuava me recordando daquela época. Queria que meu irmão estivesse comigo, pois, naquele momento, só Lovino podia me compreender, e assim me levantei, já pronto para ligar para ele, mas depois pensei na probabilidade de ele ter se esquecido desta data, e achei que seria melhor não fazê-lo se recordar daqueles tempos, já que deve ter sido mais duro para ele do que para mim.

As horas foram se passando, e entre um cochilo e outro, eu sentia meu corpo cada vez mais quente e um  certo mal-estar crescer. A televisão ainda estava ligada, mas eu só conseguia ouvir o barulho do relógio, e angustiado, pedia para que aquele dia acabasse logo, para eu poder voltar a ver o Ludwig, como se nunca tivesse acontecido algo.

Mais tarde, quando estava quase caindo no sono, mais uma vez, ouvi um som abafado, que aos poucos foi ficando mais claro, vindo da porta; alguém estava batendo. Me levantei desanimado, pensando em quem poderia ser, e quando a abri, tive uma grande surpresa, pois era Ludwig quem estava lá.
Antes que eu dissesse algo, ele me abraçou, e eu, de início, fiquei imóvel, mas logo depois correspondi, comprimindo seu corpo o mais forte que podia entre meus braços.



Não lembro exatamente que horas eram, mas eu convidei  Ludwig para entrar, e enquanto ele tentava iniciar uma conversa, quando já estávamos no sofá - Ludwig sentado nele, e eu usando seu colo como apoio para a cabeça -, eu acabei pegando no sono. Foi o melhor sono que tive naquele dia.

(off: Odiei o anteontem. >_> É isso aí, não sei se ficou viajado demais... Acho que qualquer um abriria os olhos na guerra, até mesmo Feliciano. Vamos esquecer um pouquinho o lado cômico dele, né? xD)

5 commenti:

  1. Você não devia ter me admirado tanto.
    Eu estava cego naquela época.
    Fico feliz que o meu e o seu dia tenham terminado bem.

    "Principalmente, porque terminamos juntos..."

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  2. [OFF: OOwwwnnn! Kawaii desu >u<']

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  3. [off: *___* que gracinha <3]

    Hm.. fico... feliz que tenha terminado tudo bem...eu não esqueci aquele dia, só não gosto de ficar falando nisso.. u-u

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  4. Que bom que se resolveram!

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